terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Como a Geração Rock’n’Roll: O meio e o indivíduo

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Nos anos 1960, a produção cultural estava a todo vapor. No cinema estadunidense esse período fértil foi desbravado por jovens diretores em uma movimento chamado Nova Hollywood, iniciado pelo filme Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (1967).

O livro Como a Geração Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Salvou Holywood – Easy Riders, Raging Bulls (Easy Riders, Raging Bulls: How the sex-drugas-and-rock’n’roll generation saved Hollywood) traça um honesto historico desse momento. O livro conta como um grupo de jovens realizadores lutou contra um sistema que dificultava ao máximo que autores deixassem suas marcar pessoais nos filmes.

O grande atrativo do volume escrito por Peter Biskind está nas revelações bombásticas sobre figuras importantes de Hollywood. Como o título anuncia, tais revelações frequentemente tratam do uso de drogas ilícitas e sobre a vida sexual desses ícones.


No entanto, quando começa a tratar do grande sucesso de bilheterias de Tubarão (1975) e Star Wars (1977), o livro assume uma postura de ir contra o cinema de entretenimento. Segundo o livro, é como se o sucesso popular desses títulos fosse o responsável pelos fracassos das carreiras de outros diretores do movimento.

Para o leitor mais atento, é possível perceber que a ganância e a vaidade são as verdadeiras culpadas pela derrocada. Conforme os salários dos cineastas inflavam e seus nomes e rostos estampavam capas de revistas, o lado profissional ficava em segundo plano. Nas páginas do livro, é comum ler relatos de diretores que surtavam no estúdio e/ou estouravam o orçamento de seus filmes.

Antes dos anos 1960, o diretor de um filme era visto como um cargo puramente técnico, tão importante quanto um eletricista. Portanto, uma postura profissional era exigida deles. Quando a Nova Hollywood estava no topo, não era esse tipo de atitude que se via.


No último capítulo de Como a Geração..., Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão) fala que Woody Allen é um dos únicos realizadores que ainda consegue fazer cinema de autor nos Estados Unidos. “A carreira dele é a que eu mais respeito. Sempre desejei ter feito o que ele fez”, disse.

Pois bem, Allen não atrasa suas gravações, mantém um orçamento baixo por meio de acordos na pré-produção e entrega praticamente um filme novo por ano. Se a intenção é fazer longas com discurso próprio, há um preço a se pagar.

Como a Geração Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Salvou Holywood – Easy Riders, Raging Bulls (Easy Riders, Raging Bulls: How the sex-drugas-and-rock’n’roll generation saved Hollywood)
Autor: Peter Biskind
Tradução: Ana Maria Bahiana
Editora: Intrínseca
Páginas: 502

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