quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Reis e Ratos: Limites de proposta

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Seja uma recepção positiva ou negativa, é preciso dizer que Reis e Ratos é um filme ousado. O roteiro faz piada com a ditadura militar e praticamente todo o elenco entrega atuações propositalmente caricatas.

Na história, representantes estadunidenses planejam vários atentatos para causar medo na população e legitimar a tomada do poder pelos militares. O objetivo é afastar a ameaça comunista do Brasil. Um estranho obstáculo impede que os planos se concretizem: um radialista (Cauã Reymond, de Meu País) possuído por um espírito relata todos os atentados em seu programa antes que eles aconteçam.

Como em Estamos Juntos, Cauã Reymond mais uma vez interpreta um homossexual, mas consegue um registro bem diferente. O foco está na voz de radialista e menos na afetação. Para compor a atmosfera de atuações que soem exageradas, dubladores foram escalados em papéis secundários. Dessa forma, o espectador fica com uma pulga atrás da orelha por causa da familiaridade com as vozes.


Outro ator que fez um trabalho de voz é Selton Mello (O Palhaço), como um agente da CIA infiltrado no Brasil. Além da voz, Selton sempre fica com os olhos semi-cerrados e oferece um bom medidor para a recepção do resultado do filme. A proposta ousada de Reis e Ratos, na minha visão, passa do ponto em diversos momentos. Mesmo assim, é possível que algumas pessoas gostem da produção.

Se a atuação de Selton não ofender que espectador, abre-se a possibilidade de uma recepção positiva. Entretanto, se isso já incomodar, não há salvação. O roteiro é tão gradativamente tresloucado quanto às atuações e fica difícil assimilar todos suas maluquices.


Reis e Ratos
Roteiro e Direção: Mauro Lima
Elenco: Selton Mello, Cauã Reymond, Paula Burlamaqui, Orã Figueiredo, Seu Jorge, Otávio Muller, Hélio Ribeiro, Élcio Romar, Rodrigo Santoro
Duração: 111 minutos
País: Brasil

Nota: 3

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