quarta-feira, 17 de abril de 2013

A Morte do Demônio: Estupidez galopante

 Por Moura 

Spoilerômetro:  (?)


Um monte de roteiro de cinema precisa que os personagens tomem decisões estúpidas para que a história aconteça. Em A Morte do Demônio (Evil Dead), toda burrice está concentrada na cabeça gorda de Eric (Lou Taylor Pucci, de A Música Nunca Parou).

Tudo começa quando ele e um grupo de amigos decidem passar um fim de semana numa casinha isolada no meio do mato. Típico cenário de filme de terror, saca? Mas o objetivo da temporada é bacana: apoiar a pobre Mia (Jane Levy, de Pequeno Problema, Mega Confusão). A mocinha tenta se livrar das dorgas e isso sempre vem com uma baita crise de abstinência. Por isso que todo mundo se enfurnou na casinha.

Quando estão pra entrar lá, percebem que a porta foi arrombada. A teoria da turma do Scooby Doo é que algo mais foi arrombado por ali. Eles suspeitam que uns mulekes entraram ali com suas peguetes. Tá certo que eles iam ter que camelar pra chegar lá com suas distintas acompanhantes, mas vai que elas valiam a pena...


Pois bem, eles decidem ficar por lá mesmo. Mia reclama de um fedor que sente no ar e antes que os amigos procurem quem tá com a mão amarela, descobrem que o cheiro vem do porão. Eles descem e veem uma sala macabra, com um monte de gatos mortos penduradas. Parece que lá rolou um incêndio, só pra completar o cenário infernal. Eles também acham por lá um pacote medonho e é aí que começa a jornada de Eric rumo ao prêmio Nobel.

Não sei vocês, mas eu quero distância de objetos que possam estar envolvidos com mandinga. Não que eu acredite, mas minha vida já é zicada demais pra eu dar essa chance. O gênio indomável do Eric acha que é uma boa ideia levar o pacote para o quarto. Isso mesmo, ele pretende dormir perto da bagaça!

Vamos então descrever o pacote pra vocês sentirem o drama: uma lona preta amarrada com arame farpado. Eu acho que isso é um aviso sutil de que não é pra abrir. O problema é que Eric não é um homem de sutilezas, não. Ele pega um alicate e revela o livro que tá lá dentro.


Vamos então descrever o livro pra vocês sentirem o drama: uma capa grossa de couro (aparentemente humano) remendada por umas costuras toscas (como se o estagiário do SUS fosse quem deu os pontos), as páginas tão tudo sujinha de sangue (tiri-ti-ti-ti!). Lá tá escrito um monte de coisa estranha com um alfabeto esquisito, com umas ilustrações demoníacas pra fechar o combo. Nem se fosse o diário da Barbie nesse pacote eu ia chegar perto, imagina esse rascunho do inferno de livro!

Eric é cabra-homem. Ele vê as coisas que estão escritas em sangue (isso mesmo, EM SANGUE) que diz: fecha o livro, joga o troço fora, queima Senhor!!! Eric pensa: pega nada! Aí chega numa página que diz: "Não lê isso aqui que o Tinhoso vai atrás de você”. Eric diz: pega nada! E resolve revelar a mensagem que vai trazer o Canhestro de volta.

Para ficar mais legal, Eric é analfabeto funcional (e infernal). Conforme ele revela as palavras mágicas com um papelzinho e lápis, ele vai lendo em voz alta. EM VOZ ALTA NÃO, ERIC! E aí o que NINGUÉM esperava acontece, o Belzebu tá solto e vai atrás dos amiguinhos do Eric tudo.


Com isso, a gente vê um monte de cena tensa e nojenta, uma desculpa ideal pra pegar na mão da pessoa na poltrona do lado. Não é á toa que terror rima com amor, minha gente!

No meio de toda a desgraça, a gente fica com dó dos amigos, com medo do Diabo e com raiva do QI do Eric. O consolo é que o espertalhão é o que mais sofre na mão da assombração. Esse apanha mais do que o Sonnen do Anderson Silva.


A Morte do Demônio (Evil Dead)
Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Fede Alvarez, Rodo Sayagues
Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas, Elizabeth Blackmore
Duração: 91 minutos
País: EUA

Nota: 7

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