quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ginger & Rosa: Mente feminina

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Quando um filme é escrito por uma mulher, dirigido por uma mulher e o título é formado pelo nome de duas mulheres; é de se esperar que o roteiro seja voltado para o público feminino. Pois é exatamente o que oferece Ginger & Rosa.

As duas moças que dão nome à produção se conhecem desde a mais tenra idade. Em 1962, elas passam pelos últimos anos da adolescência e dividem as descobertas dessa fase da vida. O primeiro cigarro, as primeiras aventuras amorosas e os conflitos com os pais.

O enredo é visto pelo olhar de Ginger (Elle Fanning, de Compramos um Zoológico), que passa por um momento complicado. O casamento de seus pais está em dificuldades e ela está engajada nos movimentos civis que culminarão com as revoltas do final dos anos 1960.


Por ainda ser uma psique em formação em um cenário de grande tensão, Ginger mistura seus problemas pessoais com os acontecimentos no mundo. Por isso, ela associa o comportamento egocêntrico de seu pai (Alessandro Nivola, de Coco Antes de Chanel) com a Crise de Mísseis em Cuba. Assim, fica com pensamentos apocalípticos e se sente totalmente impotente.

Nessa situação-limite, entramos na cabeça da jovem, mas com bastante sensibilidade. É nesse ponto em que é necessária uma perspectiva feminina. Se o espectador for másculo demais, ficará frustrado e provavelmente bravo ao prever os erros que os personagens cometerão.

Ginger & Rosa traz personagens verossímeis e atores em sintonia. Assim, o que acontece na tela são as consequências de falhas de caráter e de julgamento que são visíveis apenas para os espectadores. É com essa consciência que precisamos entrar na sala de projeção.


Ginger & Rosa
Roteiro e Direção: Sally Potter
Elenco: Elle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Timothy Spall, Oliver Platt, Annette Bening
Duração: 90 minutos
País: Reino Unido, Dinamarca, Canadá, Croácia

Nota: 8

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