quarta-feira, 23 de maio de 2012

Diário de Sobral: Dia 1

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)

Acompanhe a cobertura completa do evento aqui.


Abertura

Na manhã de 23 de maio começou oficialmente o Nossas Américas Nossos Cinemas. Durante a cerimônia de abertura, a diretora do evento Bárbara Cariry deu as boas-vindas aos presentes no encontro de jovens realizadores da América Latine e do Caribe.

Depois foi a vez do prefeito de Sobral, cidade-sede da reunião, fazer o uso da palavra. Veveu Arruda fez um histórico do centenário Teatro São João, onde acontecem os debates, e falou de particularidades de Sobral.

Finalmente, Kuyllur Saywa, do Equador, leu uma carta escrita por vários representantes de povos indígenas, ressaltando a participação deles no meio audiovisual.


Cinema caribenho

Ainda pela manhã foi iniciado a primeira mesa de debates de Nossas Américas. O tema discutido foi o cinema caribenho, com representantes predominantemente cubanos.

Rigoberto Lopes (de rosa), que mantém uma mostra itinerante de cinema caribenho, disse que “nós não conhecemos a nós mesmos” e relatou as semelhanças partilhadas entre os países da América Latina e do Caribe. Depois, destacou a importância de se ver e conhecer o cinema caribenho, que apresenta uma grande riqueza cultural.

Inti Herrera (de preto) levantou a questão da dificuldade de se ver esse cinema fora de seus países de origem, um assunto que contaminou as conversas mais adiante.

Maurício Escobar (esq.), único gualtemalteco da mesa, fez um breve panorama da produção cinematográfica em seu país, que realiza até 15 filmes por ano. Esse cenário mais frutífero se consolidou na Guatemala apenas nos últimos cinco anos. No entanto, a produção local está atualmente ameaçada por desinteresse governamental – a Guatemala encontra-se suspensa do programa Ibermedia em 2012.

“Queremos integrar o Caribe em nossas vidas”, disse a realizadora de festivais Lázara Herrera. Em sua fala, a única mulher na mesa atestou que ninguém olha para o Caribe, apesar de ser uma região que gera muitos intelectuais.

Mais para o final da conversa, foi levantada a questão da legendagem, tanto em idiomas indígenas quanto na língua dos colonizadores. É um disparate que os produtores independentes sofram a opressão cultural da indústria cinematográfica dos Estados Unidos e que os filmes desses próprios realizadores sejam enviados para festivais de cinema da América Latina apenas com legendas em inglês.

O que chamou a atenção no debate foi não haver necessidade de tradução, o que aumentou a sensação de unidade entre os presentes vindos de diversos países.

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